A temática gênero ganhou espaço nas propostas educacionais brasileiras, mais especificamente por meio dos PCNs. Eles foram elaborados pelo MEC[1]e publicados em 1997.
A abordagem das questões de gênero faz parte do tema Transversal "Orientação Sexual" e justifica-se mediante a necessidade de crianças e jovens refletirem sobre os esterótipos, os papéis sociais atribuidos para cada sexo na escola. O conceito de gênero é definido nos PCNs como: O conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o desenvolvimento das noções de masculino e feminino como construção social. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade. Essa diferença historicamente tem privilegiado os homens, na medida em que a sociedade não tem oferecido as mesmas oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres. [...] reivindica-se a inclusão da categoria gênero, assim como etnia, na análise dos fenômenos sociais, com o objetivo de retirar da invisibilidade as diferenças existentes entre os seres humanos que, por vezes, encobrem discriminações.[2]
Os PCNs abordam que é "inegável que há muitas diferenças nos comportamentos de meninos e meninas. Reconhecê-las e trabalhar para não transformá-las em desvantagem é o papel de todo o educad@r[3]Desde muito cedo vão sendo transmitidos padrões de comportamentos diferenciados para meninos e meninas, padrões que afirmam o que é adequado e permitido para cada sexo. Problematizar estes papéis atribuídos para cada sexo, pode contribuir para a construção de direitos iguais para homens e mulheres, para a oportunidade de acesso e desenvolvimento em todos os campos. A pretensão dos PCNs é que a perspectiva de gênero seja abordada nas escolas, de forma que valorize os direitos iguais para os meninos e as meninas, desvinculando os tabus e os preconceitos.
Em um país multicultural, como no Brasil, convive-se com pessoas das mais diversas e diferentes origens, situações sociais, econômicas e culturais. Porém, muitas vezes, essa diferença é mediatizada por uma representação negativa, ou seja, ser diferente é ser inferior. Neste contexto, encontra-se a necessidade de reflexões sobre como é vivenciada a diferença nas escolas brasileiras.
Segundo os PCNs, Temas Transversais - Pluralidade Cultural, o Brasil representa uma esperança de superação de fronteiras e de construção da relação de confiança na humanidade. A singularidade que permite essa esperanca é dada por sua constituição histórica peculiar no campo cultural. Isto é, apesar da discriminação, da injustiça e do preconceito, o Brasil tem produzido também experiência de convívio, reelaboração das culturas de origem, constituindo algo intangível que se tem chamado de brasilidade, que permite a cada um reconhecer-se como brasileiro[4]
O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da identidade nacional e a riqueza representada por essa diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade[5]
A escola dever ser o local de aprendizagem em que as regras do espaço público possam permitir a coexistência, em igualdade, dos diferentes. O Trabalho com Pluradildade Cultural deveria promover atitudes de compreensão, respeito, tolerância na e diminuir atitudes preconceitosas, discriminatórias em relação a qualquer tipo de diferença, pois ser diferente (gordo, magro, branco, negro, rico, pobre, católico, evangélico...) não deve ser entendido como justificativa para um desigual.
REFERÊNCIA ELETRÔNICA:
http://br.monografias.com/trabalhos917/genero-diferencas-escolas/genero-diferencas-escolas.shtml Acesso em 10/10/2011
[1] Ministério da Educação e Cultura.
[2] BRASIL, 1998, p. 322.
[3] BRASIL, 1998, p. 322.
[4] BRASIL, 1998, p. 122.
[5] BRASIL, 1998, p. 117.
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